MARCOS SANTOS/USP IMAGENS
Apesar do crescimento da poupança durante a pandemia de Covid-19, a dívida das famílias brasileiras aumentou 11,2% em 2020, mais rápido do que o verificado em outros países da América Latina, à exceção da Argentina, “dominada pela inflação”, destaca o Grupo Allianz, na 12ª edição do “Relatório de riqueza global”.
Como resultado, as famílias aqui arcam com mais dívidas do que o conjunto de Chile, Colômbia, México, Peru e Argentina – a razão dos passivos domésticos brasileiros em relação à de outros países passou de 117%, em 2019, para 126%. Isso quer dizer que o endividamento das famílias no Brasil, hoje em 536 bilhões de euros (cerca de R$ 3,4 trilhões), é mais da metade (55,8%) do total da região.
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Segundo o grupo Allianz, as dívidas das famílias latino-americanas avançaram 67 bilhões de euros (cerca de R$ 436 bilhões) em 2020, alcançando 960 bilhões de euros (R$ 6,2 trilhões), um aumento de 7,5% ante 2019. Depois do Brasil, o México é outro “peso-pesado” quando se trata de dívidas das famílias na região, com 165 bilhões de euros (R$ 1,07 trilhão). Juntos, os dois países representam 73% do passivo na América Latina.
No Brasil, a dívida das famílias em relação ao PIB (produto interno bruto) chegou a 46% no fim de 2020 – índice maior que em 2019 (41%). Além disso, a média de crescimento na última década, de 10%, é muito maior do que no nível global (4%). No entanto, Arne Holzhausen, chefe de seguros, tendências e pesquisa ESG do Allianz SE, afirma que a razão não é “alarmante”. Está abaixo da média dos mercados emergentes (49%) e dos níveis da China (61%), Malásia (93%) e Tailândia (89%).
Com informações: R7