Foto: Sofia Leão/BHAZ
Uma operação contra uma rede nacional de lavagem de dinheiro cumpriu mandados de busca e apreensão em Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (30), além de outros quatro estados. Os alvos na Grande BH foram uma igreja evangélica, uma rádio evangélica e uma empresa de eletrônicos.
A Operação Mamon, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Polícia Civil, cumpriu oito mandados de busca e apreensão, além de sequestrar veículos e bloquear R$ 170 milhões em contas bancárias de diferentes suspeitos.
A investigação do MP busca desmanchar uma rede criminosa que movimentou cerca de R$ 6,7 bilhões nos últimos cinco anos. A suspeita é de que centenas de pessoas atuem como uma “prestação de serviços”, criando empresas falsas para “lavar” o dinheiro proveniente de crimes como tráfico de drogas, falsidade ideológica e estelionato.
Além de Vespasiano, os mandados foram cumpridos em Araguaína, no Tocantins; Guaianases, em São Paulo; Jequiá da Praia, em Alagoas; Santana, no Amapá; e em São Paulo capital.
Mamon é um termo de origem aramaica que significava, inicialmente, “dinheiro”, mas passou a representar uma divindade síria ligada à riqueza. Posteriormente, essa divindade foi lida pelos cristãos como um demônio que personificava o pecado capital da avareza e seria um dos sete príncipes do inferno.
Mandados em Vespasiano
De acordo com o promotor Gabriel Mendonça, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), as investigações começaram há cerca de dois anos, a partir da constatação de movimentações financeiras atípicas.
“Foram alvos de busca [em Vespasiano] uma igreja evangélica, uma rádio também evangélica e uma empresa de produtos eletrônicos. Os investigados colaboraram, foram arrecadados aparelhos celulares, tablets, documentos diversos como extratos bancários e cadernetas com anotações de doações para a igreja”, detalha.
A corporação apurou que, ao longo de aproximadamente oito anos, a empresa do ramo eletrônico movimentou cerca de R$ 80 milhões.
O delegado da Polícia Civil Marcus Vinícius Lobo Leite Vieira, titular do Grupo de Combate às Organizações Criminosas, explica que as empresas usadas no esquema não são, necessariamente, “empresas fantasma”, mas têm movimentações financeiras totalmente incompatíveis com o tamanho do negócio.
Fonte: Bhaz


