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Atleta nascida na Comunidade da Missão é campeã brasileira da Série A3

Joseane Bandeira, a ‘Índia’, tem 30 anos e conquistou a terceira divisão nacional atuando pelo Vasco

Joseane Bandeira da Silva tem 30 anos e é campeã brasileira da Série A3. Mais conhecida como Índia, a lateral-direita veste a camisa 2 do Vasco da Gama e participou de todos os jogos pelo clube na terceira divisão nacional do futebol feminino. A campanha cruzmaltina foi espetacular, levantando a taça de forma invicta, somando 9 vitórias e apenas 1 empate. Mas essa história vai muito além de uma conquista dentro de campo.

Índia é natural da Comunidade da Missão, no município de Tefé, que fica a 529 km de Manaus. Influenciada pelo pai José, a jogadora passou a praticar o esporte e se destacou no futsal da escola em que estudava. Aos 23 anos, recebeu o convite de Edson Galdino – ex-técnico do Duque de Caxias – para se profissionalizar e, após duas temporadas no Duque de Caxias, migrou para o Vasco.

Em sua quinta temporada pelo clube, Índia viveu uma emoção diferente na decisão da Série A3. Com o jogo sendo transmitido em TV aberta, a família da atleta, enfim, teve a oportunidade de assisti-la jogando. Em entrevista exclusiva ao A Crítica, a mãe da pequena Nicole falou – de forma emocionada – sobre o sentimento de poder realizar um sonho da família.

“Eles conseguiram me ver pela primeira vez na TV. Desculpa pela emoção, mas foi muito emocionante. Quando eu cheguei no quarto de hotel, que eu recebi as fotos deles, com todos me assistindo, foi uma emoção muito grande. Eu tive um sentimento de que, tudo que eu tinha que fazer, eu fiz. Eles estão orgulhosos de mim, sabe?”, inicia Índia, que completa falando sobre familiares que também tentaram viver do futebol.
“E pensar que era um sonho do meu irmão, que meu irmão saiu para jogar futebol e não deu certo. Que foi o sonho de outras pessoas da família, e que não deu certo, sabe? E que eu vim e deu certo. Acho que não só realizar o meu sonho, mas o sonho de todo mundo, o sonho da minha família. É só gratidão mesmo. O que eu tenho que falar sobre a emoção desse momento é isso: o sentimento de gratidão, que Deus me honrou dessa forma”.

Crescimento do clube

A equipe do Vasco é repleta de jogadoras das mais diversas regiões do Brasil e até mesmo de fora do país – caso de Graciela Martínez, com passagem pela seleção do Paraguai. O clube vem se estruturando para alcançar a elite do futebol feminino, um processo que Índia acompanha desde 2020, quando chegou ao Cruz-Maltino.

“Algumas meninas vêm de longe, a maioria vem de outros estados, então todo esse suporte é válido. Dentro de campo, acho que a nossa campanha foi uma das melhores em Campeonatos Brasileiros, especialmente na Série A3. Terminamos invictas e isso é muito mérito nosso de trabalho, de acreditar, de estar todo tempo apoiando uma a outra. É assim que um time consegue coisas grandes”, declara a atleta, que deu mais detalhes sobre a evolução que o time feminino vem obtendo.
“O que melhorou o Vasco foi o clube dar condições de trabalho para todas nós, valorizando tanto aquelas que estão há um pouco mais de tempo como aquelas que chegaram agora, além das meninas mais novas. Todas estão de carteira assinada e isso é muito importante, pois isso torna o futebol feminino mais profissional. A gente lutou bastante, o trabalho no dia a dia foi árduo, de verdade, para conseguir tudo o que a gente conseguiu”.

Projetando o futuro

Apesar de todas as barreiras que a modalidade ainda enfrenta, Índia acredita que a tendência é melhorar, tendo em vista que em 2027, o país será sede da Copa do Mundo Feminina – com Manaus sendo uma das cidades-sede. Além disso, projeta um sucesso ainda maior ao clube que representa, por toda a história que o Vasco possui.

“Viver de futebol é difícil e, sendo mulher, é mais difícil ainda. Com a Copa do Mundo Feminina, que vai ser aqui no Brasil, espero que as coisas melhorem. Conquistamos para a Série A3, mas acredito que para o Vasco, isso ainda é pouco. O Vasco tem que estar na elite do futebol, porque é um clube muito grande e me sinto lisonjeada em fazer parte da história do clube”, acredita.

Após as disputas da Copa Rio e do Campeonato Brasileiro Feminino – Série A3, a tefeense se prepara para a disputa do Campeonato Carioca. Índia espera que assim como foi durante a campanha do título e do acesso à Série A2 de 2025, a torcida cruzmaltina se faça presente para empurrar as atletas em busca do título.

“O Vasco tem uma torcida muito apaixonada, então todas as vezes que jogamos com eles nas arquibancadas, tínhamos um décimo segundo jogador dentro de campo. Me sinto muito feliz mesmo pela conquista, pelo acesso e agora a gente vai descansar e partir com tudo para a disputa do Campeonato Carioca”, finaliza.
Com Informações Acrítica*

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