O governador Wilson Lima participou, nesta quinta-feira (19/09), de reunião em Brasília para tratar das medidas adotadas pelo Governo do Estado para minimizar os impactos da seca extrema que castiga o Amazonas. O governador reforçou a importância da união de esforços entre estados e municípios no enfrentamento da estiagem que atinge o país.

Na ocasião, ele também reforçou as solicitações feitas pelo Governo do Amazonas ao Governo Federal, como aquisição de microssistemas de abastecimento de água e ajuda humanitária para comunidades isoladas do estado.

“Precisamos agir nessas questões emergenciais. A nossa expectativa de entrega de cesta básica é de 130 mil, já entregamos 30 mil e montamos 600 microssistemas de abastecimento de água. Nós temos aproximadamente cinco mil comunidades no Amazonas, então se pudermos avançar e chegar a mil com microssistemas em comunidades polo, já ameniza o problema. Não estou aqui para pedir dinheiro, mas sim pedir ajuda do Governo Federal naquilo que é possível fazer”, destacou o governador.

De acordo com o governador, há um conjunto de ações que não dependem do repasse de recursos financeiros da União ao Estado para serem realizadas de forma mais imediata. Ele pontuou, ainda, demandas apresentadas na reunião, entre elas o adiantamento do pagamento do Bolsa Família e de uma parcela extra do seguro-defeso aos pescadores, além da liberação de recursos do Fundo Amazônia.

O encontro foi coordenado pelo ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa, que solicitou a participação de governadores, vice-governadores da Amazônia Legal e representantes de ministérios de Meio Ambiente e Mudança Climática; Planejamento e Orçamento; Justiça e Segurança Pública; e Integração e Desenvolvimento Regional.

Na ocasião, Rui Costa anunciou a liberação de R$ 400 milhões na próxima semana para ações de combate ao fogo e enfrentamento da seca na região. O crédito faz parte de R$ 514 milhões destinados a medidas emergenciais por parte do Governo Federal.

O governador Wilson Lima defendeu que a dimensão da seca no Amazonas é maior que em outras regiões brasileiras, tendo em vista as dificuldades logísticas do estado, os impactos da descida dos rios para a saúde da população, nas atividades econômicas, entre outros fatores agravados pela estiagem e pelas queimadas. Ele também destacou a necessidade de Município, Estados e União traçarem estratégias para lidar com o problema climático a médio e longo prazo.

“Esse é um problema que vai se repetir no ano que vem e precisamos nos antecipar para montar estruturas que possam ser resilientes às mudanças climáticas. Eu reputo de maior importância e urgência a montagem de microssistemas de abastecimento de água. Precisamos avançar em ações que são históricas e que precisam ser resolvidas o zoneamento econômico ecológico, regularização fundiária e tecnologias que possibilitem o produtor a otimizar a sua área sem a utilização do fogo”, acrescentou.

BR-319

Buscando dar continuidade às tratativas sobre a BR-319 (rodovia que liga Manaus a Porto Velho), o governador Wilson Lima oficializou junto ao ministro da Casa Civil um pedido de reunião para discutir a criação de um grupo de trabalho responsável por avaliar a recuperação da estrada.

Os estudos devem ser tratados pelo Ministério de Meio Ambiente e demais órgãos do Governo Federal e do Governo do Estado para garantir a pavimentação do chamado trecho do meio, finalizando o impasse em torno da rodovia que liga o Amazonas ao restante do país e que já dura algumas décadas.