Manaus, 20 de fevereiro de 2025 – Uma mulher de 40 anos, acusada de vender suas enteadas de 14 e 16 anos para programas sexuais por valores entre 30 e 50 reais, deixou a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) na tarde desta quinta-feira (20) rumo à audiência de custódia. Ao ser confrontada pelos repórteres, ela negou os crimes e alegou que sua própria filha foi vítima de estupro cometido pelo irmão de seu marido.
A prisão, conduzida pela Polícia Civil do Amazonas sob o comando da delegada Juliana Tuma, ocorreu após denúncia de uma familiar das adolescentes, que revelou um esquema de exploração sexual que chocou a capital. Segundo as investigações, a madrasta, que criava as enteadas desde bebês – uma aos 8 meses e a outra com pouco mais de 1 ano –, obrigava as jovens a se prostituir. Os encontros, inicialmente vendidos por 50 reais (incluindo a virgindade das vítimas), passaram a custar 30 reais. Quando se recusavam, as adolescentes eram agredidas.
O caso ganhou ainda mais gravidade com a confirmação de que ambas as vítimas engravidaram devido aos abusos. A adolescente de 14 anos está grávida de 12 semanas, enquanto a irmã de 16 anos deu à luz nesta quinta-feira a uma criança, fruto dos programas forçados. Nenhuma das duas sabe quem é o pai dos filhos. “É um caso revoltante. Essa mulher, que deveria protegê-las, destruiu suas vidas”, afirmou a repórter Heloísa Lima, do Imediato, que acompanhou a saída da suspeita.
A acusada, ao ser questionada por que não se vendeu em vez das enteadas, respondeu de forma evasiva: “Eu não tenho nada pra falar pra vocês, mano. Tem gente que quer me derrubar, mas eu tenho um dedo lá em cima”. Ela insistiu em sua inocência, dizendo confiar em Deus e acusando o cunhado de estuprar sua filha “desde o Guerreiro Campos” – referência que não foi esclarecida. A Polícia Civil ainda não confirmou se essa denúncia será investigada.
O pai das adolescentes, que trabalha viajando em balsas, não teria conhecimento dos crimes, segundo a polícia. A denúncia só veio à tona graças à intervenção de uma familiar, que acionou a DEPCA. A delegada Juliana Tuma destacou a consistência das provas contra a madrasta, apesar de sua negativa. “As investigações mostram um quadro claro de exploração e violência. Estamos confiantes no trabalho realizado”, declarou.
A suspeita agora está à disposição da Justiça, e o caso levanta novo alerta sobre a vulnerabilidade de menores em ambientes familiares. “É horripilante. Essas meninas foram criadas por ela e transformadas em vítimas de um crime bárbaro”, relatou Heloísa Lima. A cobertura do Imediato, com imagens de Jonathan Reis, segue acompanhando os desdobramentos na esperança de que a justiça seja feita.
*Fonte: IMEDIATO