A partir desta sexta-feira (19), diversos integrantes da Autoridade Nacional de Saúde Pública da Suécia passam a atuar sob proteção policial: a decisão foi tomada diante da escalada de episódios de ameaças de morte dirigidas contra funcionários da agência, que é o órgão responsável pela controversa estratégia sueca de combate ao Covid-19.
“Você merece ser punido”, diz o texto de um email direcionado a Anders Tegnell, epidemiologista-chefe da Suécia e principal arquiteto do plano de ação contra o novo coronavírus: “De preferência, ser fuzilado ao vivo na SVT (TV pública sueca)”.
Ameaças têm sido registradas desde os primeiros tempos da pandemia, em face da dissonante estratégia adotada pelas autoridades suecas. Ao contrário da maioria dos países, a Suécia manteve lojas, restaurantes, cafés, creches e escolas do ensino primário abertas e não introduziu a obrigatoriedade do uso de máscaras.
Apesar de priorizar a responsabilidade individual para a contenção do vírus, o país também determinou o fechamento de escolas do ensino secundário, universidades e museus, recomendou o trabalho remoto e adotou uma série de medidas restritivas para o funcionamento de bares e restaurantes.
Diante do recrudescimento da pandemia nos últimos meses, o governo anunciou sucessivamente novas restrições, como a proibição da venda de álcool em bares e restaurantes a partir das oito da noite. O uso de máscara também passou a ser obrigatório nos transportes públicos nos horários de pico.
Ainda assim, as ameaças contra integrantes da Autoridade Nacional de Saúde Pública aumentaram.
“Houve uma escalada das ameaças, que têm sido quase diárias”, disse à SVT o diretor-geral da Folkhälsomyndigheten, Johan Carlson.
Segundo ele, a polícia sueca já investiga várias ameaças. A segurança na sede da Autoridade Nacional de Saúde Pública, no centro de Estocolmo, também foi reforçada este ano.
Por: RFI