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Toada ‘Perrechéologia’ de compositora Itacoatiarense ultrapassa 1 milhão de reproduções no Spotify

Parintins –  A toada “Perrechéologia”, do Boi-Bumbá Garantido, acaba de conquistar um marco histórico. A canção, que integra o álbum “Boi do Povo, Boi do Povão”, ultrapassou a impressionante marca de 1 milhão de reproduções no Spotify, se consolidando como um dos grandes sucessos do Festival de Parintins de 2025. O título “Perrechéologia” é uma fusão criativa entre o termo “perreché” (uma gíria de Manaus) e “logia” (sufixo que significa estudo ou ciência).

A toada, que já se tornou um hino para a nação encarnada, é uma composição de Alessanda Reis, Nazira Marques, Bruno Bulcão e Jaércio Curuatá. Sua letra e melodia vibrantes capturaram o coração dos torcedores, embalando a vitória do boi vermelho e branco no festival deste ano.

O título “Perrechéologia” é uma fusão criativa entre o termo “perreché” (uma gíria de Manaus) e “logia” (sufixo que significa estudo ou ciência). Juntos, formam uma palavra que representa a essência do sentimento e da paixão da torcida do Garantido. O sucesso da toada demonstra a força da cultura popular e a capacidade da música em conectar pessoas e expressar a identidade de um povo.

Saiba o que significa ‘Perreché’

No final do século XIX, a Baixa do São José começou a se formar a partir do terreiro da casa de Dona Alexandrina, primeira moradora do local e mãe de Lindolfo Monteverde, criador do Boi Garantido. Nascido de uma comunidade de pescadores pretos, ribeirinhos e indígenas, afastada do centro urbano, o Quilombo da Baixa da Xanda tornou-se refúgio daqueles que, marginalizados pela sociedade, não encontravam espaço na cidade e erguiam suas casas na área rural e nos subúrbios. Foi nesse espaço de união, resistência, trabalho e criatividade que, pelas mãos de um pescador negro, nasceu o Boi Garantido, fruto de uma promessa a São João Batista.

Entre as décadas de 1970 e 1980, Paulinho Faria, eterno apresentador, criou slogans famosos como “O Mais Querido” e “O Boi do Povão”, em alusão à história e à origem do Boi da Baixa. O boi contrário, associado à elite parintinense, já se autoproclamava “o boi da elite e da sociedade”, tanto por torcedores quanto por dirigentes. Em resposta aos slogans criados por Paulinho, passou a chamar os brincantes do São José de “perrechés” ou “pés rachados”, numa tentativa de menosprezar e excluir o povo pela sua classe social, logo após, tentou utilizar o slogan.

No entanto, a multidão vermelha resistiu e transformou o apelido em símbolo de identidade. Ressignificando o termo pejorativo, afirmamos, com orgulho, que perreché é todo trabalhador de pé no chão que não se envergonha de sua história ou origem. Os torcedores do Boi do Povão são os perrechés, e nossa arte, tradição e identidade cultural são verdadeiros símbolos de luta e resistência.

 

 

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