O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi executado a tiros na noite desta segunda-feira (15), em Praia Grande, litoral sul de São Paulo. A principal suspeita da autoria do crime recai sobre membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que ele investigou ao longo da carreira.
Ruy dirigia um veículo quando foi perseguido por criminosos armados. Durante a fuga, colidiu com um ônibus, capotou o carro e ficou vulnerável. Em seguida, os autores desceram de outro carro e dispararam diversos tiros contra ele. Câmeras de segurança registraram o ataque. Ele morreu no local.

O ex-delegado foi o primeiro a investigar o PCC no estado de São Paulo, no início dos anos 2000, quando chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Ao longo dos anos, se tornou um dos principais nomes da Polícia Civil paulista no combate ao crime organizado.
Fontes foi ameaçado de morte por Marcola, apontado como líder máximo do PCC, em 2019, após o criminoso ser transferido para o sistema penitenciário federal. Desde então, vivia sob risco.

Ruy tinha 40 anos de carreira na polícia. Ocupou diversos cargos de destaque, incluindo a chefia da Polícia Civil de São Paulo. Também foi diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e titular de delegacias ligadas ao combate ao tráfico, homicídios e crimes contra o patrimônio.
Além da atuação policial, era professor de Criminologia e Direito Processual Penal, e também lecionava na Academia da Polícia Civil.
Desde janeiro de 2023, comandava a Secretaria de Administração de Praia Grande, onde permaneceu até sua morte.
A Polícia Civil investiga o caso. O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado para remover o corpo. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.


