Uma investigação sigilosa conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) aponta que o Comando Vermelho (CV) buscava adquirir drones com câmeras térmicas, tecnologia capaz de identificar a presença de policiais mesmo em áreas de mata e durante a madrugada.
As conversas, apreendidas com autorização judicial, mostram que criminosos instalados no Complexo da Penha estavam se preparando para um novo patamar de guerra urbana.

O material integra o conjunto de provas que levou à megaoperação deflagrada na terça-feira (28/10), considerada a mais letal da história do Rio e que resultou em 121 mortos e 113 presos.
Tecnologia para mapear a polícia
Nas mensagens monitoradas, um integrante da facção reclama que seu equipamento não possui visão noturna. Em resposta, outro criminoso indica a necessidade de modernização: “A gente tem que se adequar à tecnologia.”
De acordo com fontes da investigação, o objetivo era ampliar o sistema de vigilância já existente nas favelas, que conta com dezenas de câmeras controladas pelos traficantes e monitoradores armados espalhados pela região.
A visão térmica permitiria localizar alvos em pontos fechados de mata, justamente o terreno em que a operação desta semana concentrou o confronto.
Treinamento militar e ex-marinheiro na cadeia de comando
A sofisticação do CV não se limita à aquisição de equipamentos. O ex-cabo da Marinha Rian Maurício Tavares Mota, preso desde 2024, é apontado como responsável por ensinar o grupo a adaptar drones para lançar granadas.
Em diálogos interceptados pela PF, ele detalha o funcionamento de dispositivos usados em guerras reais: “Precisamos comprar o dispensador. O drone libera a granada com o cabo segurando o pino…”
O governador Cláudio Castro (PL) confirmou que explosivos lançados por drones foram usados pelos criminosos para tentar impedir o avanço policial durante a operação


