Pela segunda vez em cinco dias, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) alertou ao Ministério da Saúde que medicamentos usados nas intubações durante o tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, acabará em, no máximo, quatro dias.
Nesta quinta-feira (25/3), a diretoria da entidade divulgou carta aberta na qual critica a “desorganização” que a requisição de estoques, feita pelo governo federal, causou no sistema de saúde.
Nos bastidores do governo, o problema pode resultar na queda de um nome da Esplanada. O entendimento é que somente a substituição do ministro das Relações Exteriores, chanceler Ernesto Araújo, poderia apaziguar a relação brasileira com países como China, Índia e Estados Unidos — principais produtores de vacinas e insumos médico-hospitalares. A pressão é liderada pelos presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
No último sábado (20/3), a associação indicou que os remédios para intubação não durariam muito tempo, devido ao agravamento da crise em função da pandemia.
Agora, sob pena de muitos hospitais privados perderem as condições de atendimento aos pacientes com Covid-19, a Anahp cobra que a pasta federal da Saúde distribua os estoques decorrentes da requisição que realizou.
“Os associados, em um esforço emergencial, já definiram a estratégia de acesso a fornecedores internacionais, por meio de importações extraordinárias dos produtos em falta. Tal possibilidade apenas tornou-se viável pela sensibilidade e agilidade demonstradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao alterar procedimentos administrativos, de modo a permitir as importações no menor tempo possível”, destaca trecho do documento.