Foto : Anderson Riedel
Depoente é ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, tendo sido exonerado após denúncia de que teria pedido propina para autorizar a compra da vacina AstraZeneca pelo Governo Federal. Ele também é questionado sobre suposto caso de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin
Na sessão desta quarta-feira, 7, da CPI da Covid, o presidente da Comissão alegou que o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias mentiu durante seu depoimento e deu voz de prisão ao depoente.
Senadores pediram que o presidente revisse sua decisão, alegando que outras testemunhas mentiram em seus depoimentos e na ocasião não foram presos. Mas Aziz insistiu e encerrou a sessão decretando a prisão de Dias.
Mais cedo, Dias confirmou ter recebido o reverendo Amilton Gomes de Paula para tratar de vacinas, que tentou intermediar compra de vacinas.
Fundador da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), ele será convocado à CPI da Covid para prestar depoimento . Os senadores querem saber qual o papel na negociação de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca, da empresa Davati Medical Supply.
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“Recebi o reverendo Amilton em minha sala uma única vez, foi uma agenda oficial. A retórica era a mesma: possuía x doses disponíveis e não possuía a carta de representação do fabricante”, disse Dias.
Roberto Dias foi exonerado do Ministério da Saúde após denúncia de que teria pedido uma propina de US$ 1 por vacina na compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca pelo Governo Federal. A acusação do esquema de corrupção foi denunciada pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply no Brasil.
Intervenções de Elcio Franco no Departamento de Logística
O ex-diretor disse, ao ser questionado pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), que seu relacionamento com o então secretário-executivo da pasta Elcio Franco era de “pouco contato”.
Dias ainda disse que não sabe o motivo do secretário ter substituído dois funcionários da pasta por militares, mas admitiu intervenções do coronel no departamento de logística do Ministério da Saúde.
Por: Pedro Jordão e Carlos Eduardo/ Último segundo