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Comunidade do AM pede justiça após tragédia que matou mãe, bebê e vigilante

Moradores da comunidade de Acajatuba, localizada nas proximidades do município de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), realizaram uma manifestação pedindo justiça após o trágico acidente que matou Pedro Batista da Silva, de 42 anos, Marcileia Silva Lima, de 37, e o filho dela, Jhon da Silva Gonzaga, de apenas cinco meses. O acidente ocorreu no último sábado (20), quando uma moto aquática colidiu com um bote à noite. O empresário e ex-vereador Robson Tiradentes, irmão do jornalista Ronaldo Tiradentes, está sendo acusado por moradores de pilotar a moto aquática em alta velocidade e na contramão.

Durante a manifestação, realizada na comunidade, cartazes foram exibidos com mensagens como: “Ronaldo Tiradentes abafa acidentes com vítimas fatais causados por seu irmão. Clamamos por justiça. Pedro, Marcileia e Jhon”; “Ronaldo Tiradentes, seu dinheiro não vai calar nossa voz”; “Não é a primeira vez que a família Tiradentes tira vidas. Justiça!”; “Acajatuba está de luto”.

Em vídeo compartilhado nas redes sociais, um dos moradores da comunidade fez um apelo:

“Estamos muito convencidos por causa do acidente que tirou a vida do nosso amigo Pedro, que para nossa comunidade era um cara do bem, e da nossa irmã Marcileia. A gente agradece muito a todos que vieram aqui dar apoio a essa manifestação por clamar por justiça. Porque sabemos que os sinais do acidente… não foi um acidente qualquer. Foi um acidente muito violento que tirou a vida dessas três pessoas. Por uma imprudência, por uma pessoa irresponsável que estava andando de jet ski, de noite, em alta velocidade, na contramão. Então, vamos pedir por justiça. Se não acontecer a justiça humana, mas vamos orar, que acreditamos em Deus, para que a justiça divina seja feita. Não para que ele venha a sofrer, mas para que ele sinta a dor da perda de uma criança, de uma mãe, a dor de perdas de pessoas que nunca mais estarão do nosso lado”, iniciou o morador.

“Nós pensamos e fazemos os nossos planos, mas a resposta sempre vem de Deus. Então, não adianta planejar, que Deus a qualquer hora pode nos chamar. Mas hoje sabemos que foi uma injustiça que está acontecendo. As mentiras, as calúnias que a família Tiradentes está postando… não estão respeitando esse momento de sofrimento das famílias e estão condenando, desprezando o nosso meio de transporte, que é o bote que a gente anda”, continuou.

Os corpos das vítimas foram velados na segunda-feira (22), nas comunidades São Tomé e Nossa Senhora de Fátima. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte das três vítimas foi asfixia mecânica por meio líquido, afogamento.

O portal D24AM, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), no Brasil, Lei nº 12.527, de 2011, que regulamenta o direito constitucional de qualquer cidadão ter acesso a informações públicas, solicitou dados sobre o acidente, fazendo os seguintes questionamentos à Marinha do Brasil:

As embarcações tinham licença para navegar?

Sobre a moto náutica, quem pilotava era habilitado? É permitido navegar à noite?
As embarcações já foram periciadas? Após o acidente ficou sob a guarda de quem?
Será realizado exame toxicológico nos pilotos envolvidos? Caso já tenha sido solicitado, quando será realizado e qual o prazo para o resultado?
A Marinha exerce controle naquela área onde habitam pelo menos oito comunidades ribeirinhas?
A Marinha não respondeu aos questionamentos e “informou que as investigações estão em curso para apurar as circunstâncias do acidente e eventuais responsabilidades”.

Veja a nota da Marinha:

“Com relação ao acidente ocorrido por volta das 22h do dia 20 de setembro, envolvendo uma canoa de alumínio e uma moto aquática, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC), informa que as investigações estão em curso para apurar as circunstâncias do acidente e eventuais responsabilidades. A Marinha mantém regularmente atividades de Inspeção Naval na região de Manacapuru, distante cerca de 2 horas de navegação de Manaus. Este ano, mais de 100 abordagens em embarcações de diversos tipos foram realizadas”

Sobre o acidente

No bote estavam Marcileia, um bebê, Pedro e Jovane, marido de Marcileia e pai da criança. Das quatro pessoas que estavam na embarcação, apenas Jovane sobreviveu.

Jovane ficou bastante ferido e em estado de choque. A família retornava de um torneio que acontece nas comunidades.

Ainda segundo as informações, no momento em que o bote virou, a mãe, Marcileia, tentou salvar o bebê nadando em direção ao fundo, mas não resistiu.

Ainda na noite de sábado (20), o Corpo de Bombeiros foi acionado para realizar o resgate de um homem com corte na face e fratura dentária, vítima do mesmo acidente. O paciente foi encaminhado para a rede estadual de saúde para atendimento especializado.

As buscas foram encerradas e os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para os procedimentos cabíveis. Quatro mergulhadores atuaram na ocorrência.

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), através da Delegacia Fluvial (Deflu), realiza diligências no local para apurar as circunstâncias do caso.

A Capitania informou que irá instaurar uma Inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), a fim de apurar as causas e circunstâncias do acidente.

Fonte: D24am. 

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