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Enquanto a UPA 24h e o Hospital José Mendes enfrentam situação precária, o deputado Thiago Abrahim ostenta viagens na Disney

 

A situação precária da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município foi constatada pela 3ª Promotoria de Justiça de Itacoatiara, que identificou uma série de irregularidades estruturais e funcionais durante uma inspeção realizada em agosto de 2024. 

Entre os problemas estão a ausência de ambulância, equipamentos médicos quebrados, colchões em estado degradante, banheiros interditados e até falta de acessibilidade para pacientes com deficiência.

Diante do cenário crítico, a Justiça determinou medidas urgentes a serem adotadas pela Prefeitura de Itacoatiara e pelo Governo do Estado do Amazonas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil, por até 30 dias, totalizando R$ 150 mil para cada ente.

A situação da UPA poderia, por si só, ser suficiente para mobilizar a atenção de toda a esfera política local. 

No entanto, nas redes sociais, o que tem chamado atenção dos moradores não é exatamente uma campanha emergencial para recuperar o atendimento médico da cidade. É uma viagem para a Disney. 

Thiago Abrahim, filho do prefeito de Itacoatiara e deputado estadual pelo Amazonas, tem sido cobrado pela população após ostentar fotos em parques temáticos nos Estados Unidos, em meio ao colapso da saúde no município. Enquanto respiradores estão quebrados, banheiros interditados e a recepção da UPA funciona sem ar-condicionado, nas redes sociais, o cenário é outro: cliques descontraídos ao lado de personagens da Disney, parques iluminados e sorrisos sob os fogos de artifício de Orlando.

O contraste tem causado indignação entre moradores e lideranças locais. “Mano na volta tem como tu mandar concertar o ar condicionado da UPA”, comentou uma moradora em uma publicação nas redes sociais. 

Segundo o relatório do Ministério Público, assinado pelo promotor Vinícius Ribeiro de Souza, a unidade de saúde — que deveria funcionar 24 horas — está operando com limitações e sem condições mínimas para atendimento emergencial.

Além da falta de ambulância, há problemas em equipamentos essenciais como o ventilador mecânico e o microscópio laboratorial, além da inutilização completa da máquina de raio-X.

O documento também registra a falta de câmeras de segurança, de vigilância adequada e de acessibilidade, com rampas ausentes até mesmo na entrada principal da unidade. 

Um panorama preocupante, especialmente considerando que a UPA foi construída com vultosos investimentos públicos, como frisou o Ministério Público. 

A Justiça, por meio da juíza Naia Moreira Yamamura, deu 30 dias para que todas as irregularidades sejam resolvidas. 

Entre as medidas determinadas estão o envio de uma ambulância exclusiva à unidade, substituição de 15 colchões hospitalares, reforma de banheiros, reativação da sala de emergência, e a garantia do funcionamento contínuo da UPA, eliminando as restrições de horário de atendimento. 

Enquanto isso, a população segue esperando. Por saúde, por respeito e, quem sabe, por uma postagem que mostre menos fantasia e mais realidade.

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