O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, foi detido nesta terça-feira (22) em uma investigação sobre um suposto esquema de pagamentos de propinas na prefeitura – informou o Ministério Público.
Crivella, um ex-pastor evangélico que está a nove dias do fim do mandato, foi detido pouco ante das 6h em sua casa na Barra da Tijuca.
Antes de entrar na Cidade da Polícia, Crivella, de terno azul e com máscara de proteção contra a covid, declarou aos jornalistas: “Fui o prefeito que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro”. Em seguida, pediu “justiça”.
Na mesma operação, foram detidas outras pessoas, incluindo o empresário Rafael Alves, acusado de ser o chefe do suposto “QG da propina” na prefeitura, irmão de Marcelo Alves, ex-presidente da Riotur.
Também foi detido Mauro Macedo, ex-tesoureiro de campanhas de Crivella e primo de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), de quem o prefeito do Rio é sobrinho.
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De acordo com a investigação do MP do Rio de Janeiro, iniciada em 2018 com a delação de um doleiro, empresas que desejavam assinar contratos com a Riotur pagavam propinas ao empresário Rafael Alves.
Crivella encerra desta maneira um mandato marcado por muitas polêmicas. No dia 1o de janeiro de 2021, Eduardo Paes retornará ao cargo, após a vitória sobre o atual prefeito no segundo turno das eleições municipais (64% contra 36%).
Durante a campanha, na qual Crivella associou sua imagem ao presidente Jair Bolsonaro, o prefeito afirmou diversas vezes que Paes seria preso por supostos atos de corrupção.
Durante o mandato, Crivella, 63 anos, foi objeto de várias tentativas de processos de impeachment por sua má gestão. Também foi acusado de misturar política e religião e de favorecer os membros de sua igreja.
Em julho de 2018, segundo o jornal O Globo, ele teria prometido em um encontro com pastores evangélicos que os fiéis da IURD teriam prioridade para cirurgias de catarata em clínicas municipais.
Em abril, Crivella ordenou a instalação de um aparelho de tomografia no estacionamento de um templo da IURD na Rocinha, a maior favela do Rio.
Recentemente, o MP abriu uma investigação pelo suposto uso da Igreja Universal do Reino de Deus para lavar dinheiro procedente de corrupção.
Informações: Uou