Enquanto o Ministério Público do Amazonas (MPAM) atuava para garantir condições mínimas de ensino e segurança alimentar a crianças da rede pública, o prefeito de Itapiranga, Thiago Lima, preferiu manter-se em silêncio absoluto, mesmo diante de uma situação alarmante envolvendo uma escola municipal em área crítica de vulnerabilidade sanitária.
A denúncia, registrada sob o número 040.2024.000795, revelou o estado precário da Escola Municipal Tereza Marques Arco-Íris da Alegria, localizada nas proximidades do lixão da cidade.
A unidade enfrentava infestação de moscas, alimentos com mofo, ausência de climatização e armazenamento inadequado da merenda escolar, além da falta de nutricionista — uma violação direta às normas básicas de segurança alimentar e ao direito à educação com dignidade.
A inspeção foi realizada pela promotora de Justiça Adriana Monteiro Espinheira, que confirmou todos os problemas denunciados.
Segundo o MP, havia moscas circulando livremente sobre os alimentos e dentro das dependências da escola. Produtos da merenda escolar apresentavam mofo visível e as condições de higiene e estrutura comprometiam diretamente a saúde dos alunos.
Mesmo diante de um quadro tão grave, nenhuma manifestação pública foi feita pelo prefeito Thiago Lima. Nenhuma nota, nenhuma visita ao local, nenhum pronunciamento nas redes sociais.
Para os pais de alunos, a omissão do gestor municipal é ainda mais gritante do que o mau cheiro vindo do lixão.
Diante da pressão institucional, a Secretaria Municipal de Educação optou por fechar a escola e realocar os alunos para um anexo da Igreja Batista, que, segundo o MPAM, apresenta melhores condições estruturais e de ensino.
A medida emergencial permitiu que o Ministério Público arquivasse a denúncia, com base na resolução nº 006/2015 do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP).
A denunciante, no entanto, foi notificada e poderá recorrer da decisão, caso entenda que o arquivamento foi precoce ou insuficiente.
A falta de resposta por parte do poder executivo municipal levanta um questionamento recorrente entre os moradores: até quando a população de Itapiranga terá que contar apenas com a intervenção do Ministério Público para ter acesso ao mínimo?
Com casos recentes envolvendo o abandono do hospital municipal, precariedade na UPA e agora denúncias em escolas, o silêncio do prefeito começa a soar como cúmplice de uma gestão marcada por omissão.
Fonte: CM7 BRASIL
https://cm7brasil.com/noticias/politica/mpam-fecha-escola-que-funcionava-ao-lado-do-lixao-e-servia-comida-estragada-e-infestada-de-moscas-em-itapiranga/