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MPF apura contaminação da água em Silves e Itapiranga; moradores denunciam destruição causada pela Eneva e ELECNOR.

Silves e Itapiranga (AM) – O Ministério Público Federal (MPF) enviou peritos ambientais aos municípios de Silves e Itapiranga, no interior do Amazonas, onde ouviram dezenas de moradores – ribeirinhos e indígenas – que denunciaram a contaminação tanto da água superficial quanto da água subterrânea da região.

A água contaminada é a mesma utilizada para o consumo humano, preparo de alimentos, higiene e pesca – base da subsistência das comunidades locais. Os relatos são unânimes: peixes mortos, aumento de doenças e degradação progressiva da floresta. Os peritos constataram a gravidade do problema, que ameaça a saúde pública e o modo de vida tradicional de povos historicamente invisibilizados.

 

Enquanto isso, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), vinculado ao Governo do Estado, continua liberando licenças ambientais sem transparência, fiscalização adequada ou estudos de impacto independentes. Para muitos, essa postura representa negligência e conivência diante da destruição promovida por grandes empreendimentos.

Entre os principais alvos de críticas está a empresa Eneva, responsável por atividades de exploração de gás natural na região. Para os moradores, a atuação da empresa está diretamente ligada à morte da água, da floresta e dos animais. “Eles chegaram prometendo progresso, mas o que trouxeram foi veneno”, desabafa Ana Souza.

A denúncia de contaminação é mais um capítulo de um modelo de desenvolvimento que ignora as vozes da Amazônia profunda. Diante da inércia do poder público estadual, cresce a pressão por responsabilização e medidas urgentes por parte do Governo Federal, do MPF e de organismos internacionais.

Enquanto isso, comunidades inteiras seguem adoecendo em silêncio – abandonadas à própria sorte no coração da floresta.

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