A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta segunda-feira (18 de agosto de 2025), uma das três mulheres investigadas por aplicar o golpe conhecido como “Boa Noite, Cinderela” contra dois turistas britânicos na madrugada do dia 7 deste mês.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, os turistas, identificados como Mihailo Petrovic e Diego Bravo, conheceram o trio de mulheres durante uma roda de samba na Lapa, região central da cidade. Após o encontro, seguiram para bares na Zona Sul, onde foram dopados por caipirinhas adulteradas com substâncias sedativas, perdendo a consciência e consequentemente a capacidade de reação.
Um dos turistas foi filmado cambaleando e desmaiando na areia da Praia de Ipanema; imagem chocante que repercutiu nas redes sociais.
Prejuízos financeiros e tentativa de fraude
A investigação revelou que os criminosos roubaram os celulares das vítimas e realizaram transferências bancárias de aproximadamente £16.000 (cerca de R$ 116 mil) — valor estimado que não pôde ser totalmente consumado devido à exigência de reconhecimento facial no banco digital usado como alvo. Ainda assim, conseguiram desviar £2.100 (aproximadamente R$ 15 mil), sendo £300 usados para compra de criptomoedas e £1.800 em quatro operações distintas.
Prisão de uma das suspeitas e status das demais
A suspeita detida foi identificada como Amanda Couto Deloca, de 23 anos. Ela foi localizada em Duque de Caxias (bairro Nova Campina), por agentes da 62ª Delegacia de Polícia em conjunto com a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat). Ao ser presa, exibiu aparente tranquilidade e apenas comentou: “Perdi”.
As outras duas investigadas são Mayara Ketelyn Américo da Silva, de 27 anos, e Raiane Campos de Oliveira, de 28 anos — ambas com mandados de prisão preventiva decretados pela Justiça e consideradas foragidas.
Histórico criminal e recurso liberatório revertido
Entre as suspeitas, Raiane Campos de Oliveira já enfrentava mais de 20 investigações por crimes semelhantes. Em 2023, ela foi condenada em primeira instância a seis anos de prisão em regime semiaberto por roubar um turista inglês dopado durante um samba na Pedra do Sal — porém, a condenação foi revertida recentemente pela segunda instância.
Denúncia formal e pedidos judiciais
O Ministério Público formalizou a denúncia nesta quarta-feira (13 de agosto), imputando às três mulheres os crimes de roubo com violência imprópria, furto qualificado por fraude eletrônica e associação criminosa. O MP também solicitou prisão preventiva das acusadas, bem como indenização de R$ 30.000 por danos materiais e morais a cada vítima.
O que dizem as autoridades
A delegada Patrícia Alemany, titular da Deat, ressaltou que as técnicas empregadas — sedação por bebida adulterada, roubo de dispositivos, tentativa de fraude eletrônica — são práticas graves e que a prisão preventiva busca evitar a continuidade desse tipo de crime no Rio de Janeiro.
O caso expõe a sofisticação de golpes cometidos contra turistas estrangeiros no Rio de Janeiro, que envolvem sedação, roubo e fraude eletrônica. A prisão de Amanda representa um passo importante nas investigações, mas a localização e detenção das outras duas suspeitas — Mayara e Raiane — continuam sendo prioridade para as autoridades. O trabalho conjunto entre Polícia Civil, Ministério Público e Deat reforça a importância de prevenir e punir tais crimes, além de alertar os visitantes para que se mantenham atentos ao consumo de bebidas oferecidas por estranhos, sobretudo em locais de turismo noturno.
Fonte: AM POST.