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Após 10 anos, assassinato da radialista Lana Micol segue impune

 

Há exatos dez anos, a radialista Lana Micol Cirino Fonseca, então coordenadora da Rádio Nacional do Alto Solimões, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), foi assassinada em frente à casa do companheiro, o sargento Alan Bonfim Barros, em Tabatinga, no Amazonas. A cidade fica na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Lana tinha 30 anos de idade e foi enterrada em Manaus.

Para os familiares da radialista, o que ficou foram os sentimentos de revolta diante da incompetência e da falta de disposição da polícia para solucionar o caso, marcado, como tantos outros no Brasil, pela banalização das agressões e da morte violenta de mulheres. “Eu falei para o delegado: doutor, e aí, você não tem nada a me dizer sobre a minha irmã? Ele: depois que mataram sua irmã, mataram dez. Eu falei: tomara que a décima primeira não seja sua parente”, desabafou a instrutora de direção de veículos, Lia Rebeca Cirino Fonseca, irmã de Lana.

Relembre o caso

No momento do crime, o casal e a filha mais nova da comunicadora, de 7 anos, tomavam banho de piscina, diante do portão da residência. Dois homens chegaram em uma motocicleta e efetuaram os disparos. Lana foi atingida várias vezes.

Ela foi levada ao Hospital de Guarnição de Tabatinga pelo namorado, mas não resistiu aos ferimentos. Além da menina, deixou outro filho, de 11 anos. Este ano, eles completam 17 e 21 anos, respectivamente.

Edimar foi apontado como o mandante do crime e chegou a ficar detido preventivamente por 90 dias, mas conseguiu o direito de aguardar o julgamento em liberdade. A polícia precisaria refinar a investigação e apurar melhor os indícios e provas para elucidar o que aconteceu.

“O juiz devolveu o processo para a polícia. Disse que estava incompleto e não tinha condição. Eu fui lá falar com o juiz e ele disse: não posso fazer nada, está incompleto”, disse Fonseca. Ao longo de toda a entrevista, o pai da radialista parecia prestes a desabar, tamanho o carinho que tinha pela filha, sua companheira de todas as horas.

Lana já havia reagido às ameaças que recebeu de Edimar. Formalizou queixa à polícia, conseguiu uma medida protetiva contra o ex-marido, o que permitiu que tivesse relativa proteção. Por outro lado, não garantiu o fim das ameaças até meses antes de seu assassinato. Ele a agrediu enquanto eram casados, conforme ela mesma e parentes denunciaram às autoridades.

 

 

Fonte: Agência Brasil

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