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Promotor que investigava fraudes na merenda, licitações irregulares e falhas na saúde de Mário Abrahim é retirado de Itacoatiara

O promotor de Justiça Vinícius Ribeiro de Souza, conhecido por atuar com firmeza em processos contra a Prefeitura de Itacoatiara, comandada pelo prefeito Mário Abrahim, foi transferido para Manaus.

A decisão está registrada no Ato nº 216/2025/PGJ, assinado em 3 de setembro de 2025, e determina sua remoção para a 18ª Promotoria de Justiça do Amazonas, especializada em Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, com vigência entre 8 de setembro de 2025 e 7 de setembro de 2026.

A movimentação acontece em um momento delicado: o promotor acumulava ações que atingiam diretamente a gestão municipal e levantavam suspeitas sobre contratos milionários, licitações e falhas em serviços públicos.

O que estava em jogo em Itacoatiara

Durante sua atuação no município, Vinícius Ribeiro colecionou embates com a Prefeitura:

Pregões presenciais: recomendou a suspensão de licitações por sobrepreço, falta de transparência e ausência de publicação nacional.

Guarda Municipal: moveu ação civil pública cobrando a criação da corporação por concurso, diante da omissão da gestão.

UPA: obteve decisão judicial que obrigou Estado e Prefeitura a corrigirem problemas estruturais e de funcionamento.

Portal da Transparência: exigiu na Justiça a regularização da divulgação de gastos e contratos.

Saúde: investigou a ausência de mamógrafo em funcionamento no Hospital Regional.

Merenda Escolar: apura suspeita de fraude em licitação de alimentos, com indícios de superfaturamento.

Repercussão no município

A saída do promotor foi recebida de forma dividida:

Aliados de Mário Abrahim consideraram a mudança como um “respiro” após sucessivas pressões judiciais.

Parte da população teme que a transferência possa resultar em perda de ritmo nas investigações que vinham expondo problemas graves na administração municipal.

Agora em Manaus, Vinícius Ribeiro passa a lidar com temas relacionados à proteção ambiental e ao patrimônio histórico.

Resta a dúvida sobre como os processos abertos em Itacoatiara seguirão sem sua presença direta — e se a cobrança por transparência na gestão local manterá a mesma intensidade.

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