SUPERAÇÃO: UM MÊS APÓS NAUFRÁGIO NO AMAZONAS, JOVEM DE 19 ANOS RECEBE ALTA TOTALMENTE RECUPERADO
Cauã Vitor, de 19 anos, ficou 29 dias internado após o acidente que deixou duas vítimas fatais; ele venceu a UTI e celebra a vida como um milagre.

Por Luan Dolzanes – Itacoatiara (AM)
Exatamente um mês após o trágico naufrágio ocorrido no rio Amazonas, em Itacoatiara, uma história de superação emociona familiares e amigos de Cauã.

Cauã Vitor, de 19 anos, recebeu alta hospitalar na última terça-feira (15), completamente recuperado, após passar 29 dias internado em estado grave. Ele foi um dos três sobreviventes do acidente, mas o único a precisar de atendimento intensivo.

O caso aconteceu no dia 16 de junho, quando a embarcação em que Cauã estava afundou repentinamente. Cinco pessoas estavam a bordo. Dois ocupantes conseguiram escapar ilesos. Os outros dois — chegaram a dar entrada no Hospital Regional José Mendes, ainda em Itacoatiara, mas infelizmente não resistiram e faleceram minutos depois.
Cauã, por sua vez, foi resgatado inconsciente e com sinais de insuficiência respiratória. Após os primeiros socorros em solo itacoatiarense, foi transferido de urgência para Manaus em estado gravíssimo, onde ficou entubado na UTI do Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo.
“Saí de casa para trabalhar, era uma segunda-feira como qualquer outra. Não imaginava que seria o início da maior luta da minha vida. No momento do acidente, vi rostos desesperados, me joguei na água e só saí dali com a ajuda de Deus”, disse Cauã ao Portal Online Multimídia.
Durante os dias de internação, o jovem enfrentou uma série de complicações. Seus pulmões não respondiam aos tratamentos, e ele precisou ser intubado várias vezes, até que os médicos optaram por realizar uma traqueostomia para garantir a ventilação. O quadro era considerado crítico e o risco de sequelas permanentes era alto.
“Fui piorando a cada dia. Estava desacordado, sem reação. Fui sedado, entubado, às vezes amarrado. Ninguém sabia se eu sairia dali, ou como sairia. Mas Deus não desistiu de mim. Com o tempo, comecei a acordar, a entender onde estava, e aos poucos fui me recuperando.”
Cauã fez questão de agradecer publicamente à equipe do Hospital José Mendes, que prestou os primeiros atendimentos e possibilitou sua transferência aérea para a capital. Ele também mencionou, com gratidão, o médico Dr. Michael, que acompanhou o início do seu atendimento.
“Vi ele numa live dizendo: ‘Este nós vamos salvar.’ Deus o ouviu. Agradeço à equipe do Platão Araújo, a todos que oraram por mim. Hoje estou curado, sem nenhuma sequela. Sou um milagre de Deus e vou honrar essa segunda chance de vida.”
O caso de Cauã, além de comover familiares e amigos, reacende a esperança em meio a uma tragédia que ainda marca a população de Itacoatiara. Em uma data que seria lembrada pela dor, ele transforma o sofrimento em vitória — e prova que a fé e a resistência humana podem superar o impossível.


