Durante sessão da Câmara Municipal de Itacoatiara, no Amazonas, um vereador protagonizou ato considerado autoritário ao ordenar que um jornalista se retirasse do plenário sob a ameaça de ser algemado. O caso gerou forte repercussão entre profissionais da imprensa local.
O jornalista Melk Santos, do Portal Online Multimídia, foi chamado para se retirar por Hygor Magalhães, que, irritado com críticas ao trabalho de portais de notícias, disse que quem desobedecesse seria algemado.
A confusão aconteceu após os vereadores decidirem, por unanimidade, arquivar o pedido de cassação do mandato do vereador Jucinei Freire da Silva (Ney Nobre – MDB), condenado pela Justiça Federal a mais de 10 anos de prisão por fraudes no Pronaf. Apesar da sentença, Ney Nobre segue exercendo o cargo enquanto recorre da decisão.
Durante a sessão, Hygor criticou as plataformas jornalísticas, dizendo que “qualquer um abre um portal e dá como verdade”. Quando o repórter tentou responder, foi interrompido e solicitado a se retirar: “senão será algemado”, afirmou o parlamentar.
Segundo Melk, ele se levantou para questionar a postura do vereador, mas foi intimidado pela presidência da sessão, que o obrigou a se calar ou sair. Decepcionado, ele afirmou que o tratamento que recebeu foi humilhante e que, muitas vezes, a imprensa só é valorizada em período eleitoral.
Para comunicadores locais, o ato foi interpretado como censura velada e afronta à Constituição, que assegura, nos artigos 5º (inciso IX) e 220, a liberdade de expressão e de informação.