Um homem de 65 anos foi preso no bairro Cidade de Deus, Zona Norte de Manaus, suspeito de cometer estupro contra uma criança de 7 anos, sua sobrinha-neta. Conforme apurações da polícia, o caso expõe uma rede de violência sexual que se perpetua há décadas dentro do círculo familiar.
A delegada Beatriz Andrade, responsável pelas investigações, caracterizou o acusado como um estuprador em série que vitimou sucessivas gerações de mulheres da mesma família. Além da sobrinha-neta, estão entre outras vítimas a irmã dela de 13 anos, a própria mãe das crianças – abusada pelo homem entre os 7 e 10 anos de idade – e pelo menos quatro tias maternas.
O crime que desencadeou a prisão ocorreu na antiga residência do homem, localizada na comunidade rural Rumo Certo, às margens da BR-174. Testemunhas relataram que o homem aproveitou uma visita da criança para atraí-la com um celular, oferecendo-lhe vídeos infantis como isca. Uma vez isolada no segundo andar da propriedade, a menina foi violentada repetidas vezes. Em depoimento, a vítima confessou aos investigadores que permanecia paralisada pelo temor durante os ataques.
A revelação dos abusos veio à tona quando a mãe, ela mesma sobrevivente da violência do mesmo agressor, percebeu alterações profundas no comportamento da filha. Sintomas como choro inconsolável, aversão ao escuro e regressão emocional levaram-na a questionar a criança, que então descreveu os crimes sofridos. O caso foi formalmente denunciado após intervenção do Conselho Tutelar local.
Durante a prisão em flagrante, cena que atraiu numerosos moradores do bairro, duas mulheres aproximaram-se da viatura policial para relatar terem sido igualmente violentadas pelo acusado em anos anteriores. A autoridade policial ressaltou que, apesar da idade e aparência frágil, o indivíduo representa alto risco para a comunidade. Seu histórico criminal inclui processos por lesão corporal, maus-tratos e apropriação indevida de benefícios previdenciários.
Ele permanece sob custódia das autoridades e responderá legalmente por cada uma das vítimas identificadas. A Polícia Civil mantém as investigações em andamento, não descartando a possibilidade de que novos depoimentos possam surgir.
*Fonte: Expresso AM


