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Alta do preço do açaí impulsiona inflação de alimentos

Em Manaus, o preço médio do litro do açaí pasteurizado é de R$ 15

A alta no preço do açaí foi uma das principais responsáveis pela inflação no setor de alimentos de 0,16% no mês de março, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Manaus, o preço médio do açaí pasteurizado é de R$ 15.

O fruto tradicional da região Norte do país foi o segundo item alimentício mais caro no último mês, com alta de 14,2%. A lista é liderada pelo preço da cebola, que custou 14,34% a mais. Tomate (9,85%), alho (7,90%), banana prata (7,79%), mamão (6,40%), laranja pera (5,49%), ovo de galinha (4,59%), leite longa vida (2,63%) e refrigerante e água mineral (1,23%) completam a ranking.

O pesquisador do IBGE, André Almeida, disse em entrevista à Agência Brasil que alguns dos alimentos sofreram esse aumento por questões climáticas.
“Esses três produtos [cebola, tomate e banana] tiveram altas em março influenciadas por uma menor oferta. A gente tem uma questão histórica do aumento dos preços dos alimentos no verão, por conta de altas temperaturas e altos índices de chuvas [que prejudicam as colheitas]. Em 2024, esse efeito foi intensificado por conta do El Niño”, explicou André Almeida.

Por causa deles a inflação dos alimentos foi de 0,53%, o que  impactou de forma expressiva no IPCA geral de março. Por outro lado,o grupo de alimentação e bebidas teve uma redução em na taxa quando comprado ao mês anterior, fevereiro (0,95%.)

No cálculo geral da inflação os planos de saúde também pesaram, a variação foi 0,77% no mês. “Isso se refere à apropriação mensal do reajuste autorizado pela ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar]”, avalia Almeida.

Outro setor semelhante foi o de saúde e cuidados pessoais, com inflação de 0,43% (resultado influenciado também pela alta dos produtos farmacêuticos de 0,52%). Já o grupo transportes teve queda de preços de 0,33% e ajudou a frear a inflação oficial como um todo, porque o IPCA recuou de 0,83% em fevereiro para 0,16% em março.

A queda de 9,14% das passagens aéreas foi um dos itens que mais contribuíram para o recuo da taxa de inflação no mês. O gás veicular (-2,21%), o óleo diesel (-0,73%) e a tarifa do ônibus urbano (-0,06%) também tiveram deflação. Comunicação (-0,13%) e artigos de residência (-0,04%) foram outros grupos de despesa com deflação em março. O item educação, que tinha sido o grande responsável pela inflação de fevereiro, com uma taxa de 4,98%, em março acusou uma taxa de apenas 0,14%, também contribuindo para a queda do IPCA.

 

Com Informações: ACRITICA*