Somente no fim de semana, 110 animais morreram no Lago Tefé, no Amazonas; especialistas buscam as causas da mortandade
![](https://i0.wp.com/portalonlinemultimidia.com.br/wp-content/uploads/2023/10/Screenshot_1-2.jpg?resize=761%2C504&ssl=1)
Cerca de 5% da população de botos amazônicos da região de Tefé, no Médio Solimões, morreu desde o início da seca que atinge o estado do Amazonas.
A estimativa é da pesquisadora Miriam Marmontel, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que divulgou a informação nesta segunda-feira (2).
Segundo a pesquisadora, a mortandade inclui botos vermelhos e tucuxis. Especialista em mamíferos aquáticos, Miriam pesquisa os botos da Amazônia há 30 anos. Segundo ela, a população de botos e tucuxis no Lago Tefé é estimada em 900 e 500 indivíduos, respectivamente.
De acordo com a pesquisadora do Instituto Mamirauá, a causa da morte desses animais ainda é desconhecida. Ela acredita, no entanto, que a mortandade está ligada às altas temperaturas das águas.
Miriam ressaltou que equipes de apoio e resgate de cetáceos vivos chegaram a Tefé no fim de semana.
A pesquisadora explicou ainda que foi alugado um barco flutuante com piscina, para onde serão levados os animais resgatados com vida. O objetivo é manter os animais nesta piscina até sair o resultado da análise dos estudos.
População afetada
O diretor do Instituto Mamirauá, João Valsecchi, acrescenta que o baixo nível da água no Lago Tefé também tem causado transtornos para a população.
Segundo o diretor do Mamirauá, na seca de 2010, o Lago Tefé atingiu um nível ainda mais baixo, mas os impactos da seca atual podem ser piores.
Ações com a comunidade
Além do trabalho realizado para recuperar os cetáceos, pesquisadores do Instituto Mamirauá também estão ajudando a população ribeirinha.
O mapeamento da profundidade do Lago Tefé é disponibilizado para evitar que os barcos encalhem.