MANAUS (AM) – O Ministério Público recorreu de uma decisão da Justiça do Amazonas que determinou nesta quarta-feira, 26/3, pela impronúncia – ou quando o juiz não se convenceu da existência do crime, dos cinco acusados no caso de assassinato do sargento do Exército Lucas Ramon Guimarães, em 2021.
A decisão ainda manteve a prisão preventiva de Silas Ferreira da Silva, acusado pelos disparos que mataram a vítima. O juiz considerou inocentes o empresário Joabson Agostinho Gomes, dono da rede de supermercados Vitória, e Romário Vinente Bentes, gerente de uma das unidades, além de Kamylla Tavares da Silva, Kayandra Pereira Castro e Kayanne Castro Pinheiro dos Santos.
Segundo a polícia, o crime foi motivado após o sargento ter vivido um relacionamento amoroso com a empresária Jordana Freire, casada com o empresário e dono da rede de supermercados, Joabson Agostinho que, ao descobrir a traição, teria mandado matar o militar, conforme apontou a acusação.
A sentença, assinada pelo juiz Fábio Lopes Alfaia, também determina a revogação das medidas cautelares e assecuratórias. No conteúdo, é destacado que a decisão de impronúncia não significa que o réu seja inocentado em definitivo, mas sim que não há provas mínimas para sua submissão ao Júri Popular.
Por sua vez, o promotor de Justiça Márcio Pereira de Mello, da 105ª Promotoria de Justiça de Manaus, argumentou que Joabson, como mandante do crime de homicídio, e os demais devem ir a Júri Popular.
“O executor do crime, o réu Silas Ferreira da Silva, foi submetido a interrogatório policial no mesmo dia, na presença de dois delegados da Polícia Civil, e confessou a prática do delito, narrando detalhes da empreitada criminosa. Ele informou, ainda, que sua contratação se deu por intermédio de uma possível funcionária do supermercado Vitória, pessoa que também lhe entregou um celular mais tarde utilizado para manter contato sobre o crime.”
Márcio Pereira Mello, promotor
O caso
O crime contra Lucas Guimarães ocorreu no dia 1ª de setembro de 2021, quando o sargento foi assassinado no momento em que fechava a cafeteria da qual era proprietário, no bairro Praça 14, zona Sul de Manaus.
Imagens das câmeras de vigilância mostraram o momento exato em que um homem entrou no estabelecimento e executou o militar, fugindo em seguida em uma motocicleta.
A vítima foi atingida por três tiros na cabeça, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois.
O casal de empresários Jordana Azevedo Freire e Joabson foram presos dias após o crime, e ficaram detidos até novembro, quando obtiveram um Habeas Corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Porém, ainda em fevereiro de 2022, ambos foram novamente presos durante uma operação da Polícia Civil relacionada ao caso. Mas, em 19 de fevereiro, deixaram a prisão pela segunda vez após nova decisão judicial.
Quase dois anos depois, em janeiro de 2024, o Tribunal de Justiça do Amazonas rejeitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra Jordana, que respondia ao processo em liberdade.