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Crim1nos0s dispararam ao menos 33 t1ros de pist0la 9 mm contra médicos na Barra

Peritos recolheram 33 estojos (sobras de projéteis) de pistola calibre 9 mm de cano curto onde três médicos foram assassinados e um quarto ferido a bala na madrugada desta quinta-feira (5). Com isso se sabe que ao menos 33 tiros foram disparados contra as vítimas, que estavam sentadas em uma mesa no quiosque à beira-mar, em frente ao Windsor Hotel, na avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca. O estabelecimento é o mais luxuoso do bairro, que fica em área nobre da capital carioca.

Até a mais recente atualização desta reportagem, não se sabia o motivo do crime, tampouco havia suspeitos, muito menos alguém preso. O ataque foi filmado por câmeras de segurança e os assassinos não usavam máscara ou qualquer acessório que poderia dificultar a identificação. Havia outras pessoas no quiosque, clientes e funcionários do estabelecimento. Mas não havia um agente de segurança por perto.

O governador Cláudio Castro (PL) afirmou não haver dúvida de que se trata de uma execução. Há suspeita de motivação política. Uma das vítimas, Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, é irmão e cunhado, respectivamente, dos deputados federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ). Ele chegou a ser levado para um hospital, mas morreu logo após dar entrada.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou ter colocado a Polícia Federal à disposição das investigações e levantou a hipótese da relação do crime no Rio com atuação de Sâmia Bomfim e Glauber Braga.

“Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares”, escreveu Flávio Dino pela rede social X.

Chefe da Polícia Civil diz que “esse crime não ficará impune”

O secretário estadual de Polícia Civil, delegado José Renato Torres, disse, em rápido pronunciamento, sem direito a perguntas dos jornalistas que haviam sido convocados para uma entrevista coletiva, que o crime na Barra da Tijuca “não ficará impune”.

“Entendemos que nós teríamos que ter uma integração para dar uma solução mais rápida sobre esse bárbaro crime. Ainda não tem 12 horas. Mas tenho certeza que esse crime não vai ficar impune”, afirmou Torres, referindo-se à entrada da Polícia Federal no caso. Ele não deu qualquer informação sobre a investigação.

Por sua vez, o delegado Paulo Garrid, da superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, afirmou que todos os protocolos de homicídio foram adotados. No entanto, ele não detalhou as medidas.

“Todos os protocolos de homicídio foram devidamente adotados. É uma investigação de um crime grave, mas asseguro que todos envolvidos estão absolutamente empenhados em resolver o quanto antes”, disse.

O pronunciamento das autoridades de segurança envolvidas na investigação das mortes dos médicos durou apenas seis minutos. Ninguém apresentou as linhas de investigação. Representantes do Ministério Público do Rio também participaram daquilo que seria uma entrevista coletiva.

Confira quem são os mortos no crime na Barra:

  • Diego Ralf Bomfim: tinha 35 anos e morreu após dar entrada no Hospital Lourenço. Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina Dr. Domingos Leonardo Cerávolo, da Universidade do Oeste Paulista. Era especialista em cirurgia do pé e tornozelo e em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Irmão e cunhado, respectivamente, dos deputados federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ).
  • Marcos de Andrade Corsato: tinha 62 anos e morreu na hora. Ele faria 63 anos na próxima semana e era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
  • Perseu Ribeiro Almeidatinha 33 anos e fez aniversário na terça (3). Ele morreu na hora. Deixou dois filhos, de 11 e 3 anos. Morador de Jequié, na Bahia, era especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Sobrevivente levou três tiros e quadro de saúde é estável

Único sobrevivente do ataque na Barra da Tijuca, o médico Daniel Sonnewend Proença, de 33 anos, levou ao menos três tiros. O quadro dele era estável, até a mais recente atualização desta reportagem.

Proença foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge. Foi a unidade de saúde que informou seu estado de saúde. Familiares pretendiam transferi-lo, ainda nesta quinta, para uma unidade de saúde privada.

Formado pela Faculdade de Medicina de Marília (SP) em 2016 e especialista em cirurgia ortopédica, Proença, assim como os três colegas mortos a tiros, estava no Rio para participar do Minimally Invasive Foot Ankle Society (Mifas)  – Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo –, que começa nesta quinta. O crime aconteceu em frente ao Windsor Hotel, sede do evento.

Ação de criminosos durou menos de 30 

A ação criminosa durou menos de 30 segundos. Investigadores têm a informação com base em uma câmera de segurança instalada no local dos assassinatos.

 

Um vídeo mostra um veículo encostando na pista ao lado da ciclovia, três homens, vestidos com roupas pretas, descendo de um carro branco, correndo na direção das vítimas e disparando. O equipamento marcava 0h59 desta quinta-feira (5).

A imagem também mostra os quatro médicos sentados em uma mesa do quiosque no momento do ataque. Após atirar nos quatro, os criminosos voltaram correndo ao veículo e foram embora sem roubar nada.

PM fez rondas mas não encontrou suspeitos

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que quando as equipes do 31º Batalhão (Recreio dos Bandeirantes) chegaram ao quiosque encontraram as vítimas sendo atendidas por socorristas do Corpo de Bombeiros. De acordo com a PM, os policiais fizeram buscas na região, mas não conseguiram localizar os suspeitos.

O policiamento foi reforçado na região na noite de quarta-feira. A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) esteve no local e a unidade especializada assumiu a investigação das mortes.

 

 

*Com informações TERRA