Comisssão de Logística do Cieam atribui gasto adicional à taxa de pouca água, vigente desde agosto
Um levantamento preliminar da Comissão de Logística do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam) indica que empresas da Zona Franca de Manaus (ZFM) já precisaram gastar R$ 500 milhões a mais por causa da seca deste ano. A maior parte dos insumos utilizados no Polo Industrial é transportada pelos rios. Nesta sexta-feira, o rio Negro atingiu a cota de 16,75 metros em Manaus. Faltam 4,05 metros para alcançar o recorde de 2023.
“Já constatamos um aumento dos custos, com estimativas iniciais de R$ 500 milhões. Estamos em fase de pesquisa para detalhar esses gastos adicionais”, afirmou para A CRÍTICA o coordenador da Comissão de Logística, Augusto César Barreto Rocha. O levantamento deve ser finalizado em duas semanas.
De acordo com ele, o custo adicional é proveniente da chamada ‘taxa de pouca água’, que passou a ser cobrada por empresas de transporte de contêineres em agosto deste ano. “Fizemos uma simulação pelo preço médio de sobretaxas e volume transportado e chegamos a esse número”, explicou.
Após ser anunciada, ainda em julho, a taxa adicional sofreu críticas por parte das principais entidades do comércio e indústria do estado. O governador do Amazonas, Wilson Lima (União) também se colocou contra a medida.
Críticas
Dentre os pontos levantados, estavam o fato de o adicional ter sido implementado antes do auge da seca e seu aumento em comparação a 2023. No ano passado, a taxa teve preço típico (médio) de US$ 900, lembra Augusto Rocha. “Hoje, cada empresa tem uma sobretaxa. Os valores variam de US$ 3,4 mil a US$ 5,9 mil por contêiner”, disse.
Houve ainda negociações para tentar reduzir os valores, mas nem todas avançaram. A principal aposta na logística, hoje, são os ‘portos provisórios’ instalados em Itacoatiara, a 270 quilômetros de Manaus. As estruturas foram montadas pelas empresas Chibatão e Super Terminais após a indústria ver riscos de a dragagem, anunciada pelo governo federal, não ser feita a tempo.
“O transbordo do Chibatão [porto] já está testado e, na pior das hipóteses, o navio ainda chegará com 70% de ocupação, com trânsito adicional de sete dias”, afirmou Augusto Rocha, garantindo que as empresas aprenderam com o cenário de 2023.
Fonte: Acrítica*