MANAUS (AM) – Familiares, amigos e vizinhos de um homem, identificado como Romário Cavalcante Júnior, de 23 anos, realizaram um protesto entre o final da tarde e a noite desta terça-feira, 28, na avenida 5 de Setembro, no bairro São Raimundo, Zona Oeste de Manaus. De acordo com a família, o ex-jogador de futebol do Sul América foi vítima de disparos de arma de fogo e caiu no Rio Negro. Ele foi encontrado morto, nesta manhã, por volta de 8 horas.
A manifestação que ocorria no local foi dispersada no início da noite pela tropa de choque da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), com o uso de spray de pimenta e tiros de balas de borracha. A informação é dos manifestantes e pessoas que estavam no local, segundo apurou a equipe da CENARIUM, que esteve no protesto. Veja vídeo:
A esposa de Romário Júnior, identificada como Elizabeth Sales, de 33 anos, falou com a imprensa após a dispersão dos manifestantes que chegaram a fechar a avenida. Ela acusou uma equipe de policiais militares pela morte do marido e afirmou querer justiça pela morte do homem.
“A gente só quer justiça, a gente só quer uma resposta. Porque hoje é uma mãe, é um pai, é uma irmã, é uma família inteira indignada que chora pela falta do Romário. Ele nunca fez mal a ninguém. Era apenas um menino sonhador, e a polícia acabou com a vida dele”, disse Elizabeth.
Sales disse que Romário e outros dois homens foram abordados por uma equipe de PMs e levados para um local próximo à Orla do São Raimundo. De acordo com ela, o trio passou cerca de 1h20 com os policiais. Depois, somente dois deles retornaram e foram levados para a delegacia.
Segundo a família de Romário, o corpo do homem foi encontrado em uma cova rasa embaixo de uma embarcação com o corpo completamente desfigurado. Ela também afirmou que o marido tinha passagem pela polícia, quando foi conduzido para uma unidade policial. A reportagem apurou no local que a prisão ocorreu há cerca de quatro meses.
“Eles trataram o Romário como um animal. Eu sou a prova viva que ele falou que onde ele visse eu ou o Romário que a gente ia ser tratada totalmente diferente. Porque ele já prendeu o Romário por estar na hora e no momento errado”, destacou.
Elizabeth afirmou ainda que o marido nunca teve envolvimento com o tráfico de drogas. “Ele trabalhava com o pai na vidraçaria. O negócio dele era jogar bola. Era um menino divertido”, disse. Segundo a família, o corpo de Romário deverá ser liberado pelo Instituto Médico Legal apenas na quinta ou sexta-feira.
*Fonte: Revista Cenariun