A bisavó de Maria Clara Calixto, 5, encontrada morta ontem em Hortolândia (interior de São Paulo), contou durante o velório da garota hoje, no Cemitério Parque Hortolândia, que a menina relatou sentir dores ao urinar. O padrasto, Cássio Martins Camilo, 27, confessou que abusou da enteada e a matou asfixiada.
“Ela ia ao banheiro e demorava muito. Eu perguntei o que estava acontecendo. Ela disse: ‘Vovó, eu tô dodói. Vou fazer xixi e dói'”, contou Ilza Viana Nascimento, 68. A mãe, Franciéle Nascimento, 25, foi avisada sobre a situação.
O enterro da menina foi às 10h de hoje, em uma cerimônia com mais de cem pessoas marcada pela aglomeração e indignação.
A mãe da garota saiu amparada por um amigo assim que o corpo foi enterrado.
A Guarda Municipal reforçou a segurança no velório para evitar uma confusão como a que aconteceu na porta do 1° Distrito Policial, quando dezenas de pessoas jogaram bombas e queriam atacar Camilo.
A Polícia Civil confirmou que encontrou material genético no corpo da menina. Peritos forenses fizeram a coleta, que segue para análise. A intenção é confirmar quando o abuso sexual aconteceu.
Segundo o delegado João Jorge, Camilo não demonstrou nenhum tipo de remorso ou arrependimento.
A suspeita é que a garota tenha sido morta por volta das 5h de ontem. Foi o mesmo horário que a mãe saiu para trabalhar e que o padrasto fugiu em direção a Monte Mor (SP), cidade vizinha a Hortolândia. A prisão de Camilo aconteceu quando ele se preparava para seguir a Campinas (SP) em um carro chamado por aplicativo.
Cássio já havia sido preso em 2018 por abusar de uma outra enteada, que tinha 9 anos na época. Apesar de o estupro ter sido confirmado, ele foi solto e responde em liberdade pelo crime por não ter havido flagrante.
Desta vez, o homem foi autuado em flagrante por homicídio e abuso sexual.
Camilo foi transferido no final da noite de ontem para uma penitenciária na região de Sorocaba (SP).
Com informações: Felipe Pereira/ Uou