Uma série de escândalos, com direito a supostas agressões e operações da Polícia Federal, foi a base para o pedido de expulsão do deputado estadual Sinésio Campos protocolado por militantes na sede do Partido dos Trabalhadores (PT), na tarde desta quinta-feira (19/02).
Sinésio, que é presidente estadual da sigla, tem sido alvo de críticas dos companheiros desde o início deste ano. Segundo eles, o pedido surgiu em resposta a uma série de ocorrências que evidenciam a infração das normas e estatuto partidário, comprometendo a imagem do PT.
“É importante destacar que este pedido de expulsão é um documento formal que contém todas as ocorrências relacionadas ao deputado, fundamentadas em artigos estatutários e na carta de princípios do Partido dos Trabalhadores. Além disso, este documento se torna um ato político dos militantes que também assinaram, transformando-se, após ser protocolado, em um abaixo-assinado que contará com o apoio de muitos militantes e filiados insatisfeitos com a presidência estadual”, diz um trecho do comunicado enviado pelos militantes.
O documento protocolado pelo grupo traz uma lista com seis tópicos de supostas irregularidades que permitiriam a expulsão do parlamentar. São eles:
1. Defensor de Mineradora em Silves: O deputado Sinésio Campos foi criticado por sua atuação ao invadir a sede de uma associação para defender a mineradora ENEVA, bloqueando a manifestação da comunidade local.
2. Agressão à Deputada Mayara: Em um episódio na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Sinésio foi acusado de puxar com força o braço da deputada Mayara Pinheiro (Republicanos), que havia se posicionado para a foto oficial ao lado de Débora Menezes (PL).
3. Conflito com a Ministra Marina Silva: Sinésio também se envolveu em outra polêmica ao apontar o dedo para a ministra Marina Silva. A situação trouxe repercussão negativa para o partido.
4. Gritos com a Vice-Presidente Kívia Mirranha: Em uma reunião do PT Estadual, o deputado foi flagrado gritando com a vice-presidente Kívia Mirranha, comportamento que reforçou a percepção de desrespeito e gerou descontentamento entre os militantes e organizações em defesa das mulheres. O caso repercutiu e a secretaria nacional do PT não teria se manifestado.
5. Convocação pela Polícia Federal: O nome de Sinésio Campos foi citado em um contexto de suspeitas sobre o envio de dinheiro para o interior durante o período eleitoral, resultando na convocação do deputado para prestar esclarecimentos à Superintendência da Polícia Federal, intensificando a pressão sobre sua liderança.
6. Indicação de Juliano Valente: Mais recentemente, Sinésio foi arrolado como o responsável pela indicação política de Juliano Valente para a presidência do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Estado do Amazonas (IPAAM). Juliano, que é seu genro, foi exonerado em meio a um inquérito da Polícia Federal, envolvendo irregularidades que ainda estão sob investigação, com movimentações que já ultrapassam um bilhão de reais.
De acordo com os militantes, os episódios têm alimentado um clima de tensão e descontentamento.
“O resultado dessa reunião deve ser acompanhado de perto por militantes e eleitores, uma vez que a postura do partido diante de questões de ética e integridade pode influenciar sua posição nas próximas eleições. A expectativa é de que a Comissão Executiva Municipal tome uma decisão que reflita os valores e compromissos do PT, buscando restaurar a confiança do público na legenda”, diz a nota.
A reportagem tentou contato com Sinésio Campos e com a direção do PT, por telefone, mas não obteve sucesso até a publicação dessa matéria. O deputado também não se pronunciou sobre as denúncias em suas redes sociais.
*Fonte: Panorama Real