“Operação Aceiro”: Corpo de Bombeiro do AM terá investimento de R$ 3,5 milhões para queimadas

A edição 2024 da “Operação Aceiro” foi lançada, na manhã desta segunda-feira (3), com investimento de R$ 3,5 milhões para o  Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM). A instituição recebeu, ainda, dez picapes e quatro viaturas novas, conhecidas como “Caminhões dos Bombeiros”, equipamentos de proteção individual, um aplicativo de monitoramento, além de mais 60 militares para reforçar as equipes de combate a incêndios.

As aquisições foram feitas com o apoio do Fundo Nacional de Segurança e do Governo do Estado. Já os equipamentos de proteção foram adquiridos com recursos próprios do Amazonas. O governador Wilson Lima ressaltou que mais recursos podem ser destinados às medidas preventivas da estiagem 2024.

Wilson Lima informou, ainda, que além do fundo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), há possibilidade do Amazonas obter recursos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

MUNICÍPIOS ALVOS

A operação tem por objetivo combater os incêndios florestais em 12 municípios do sul do Amazonas e Região Metropolitana de Manaus (RMM), são eles: Humaitá, Apuí, Lábrea, Boca do Acre, Manicoré, Novo Aripuanã, Maués, Canutama, Tapauá, Careiro, Manaquiri e Autazes.

O comandante geral do CBMAM, coronel Alexandre Gama, informou que serão enviados a esses municípios 313 bombeiros em cada fase da “Operação Aceiro”, que será dividida em 6 fases.

“Paralelo a isso, estaremos formando 156 brigadistas em parceria com os municípios para que eles possam nos ajudar com o que for necessário nas operações em seus respectivos municípios”, ressaltou o coronel.

O governador Wilson Lima anunciou o aplicativo “InFire”para mapear os focos de calor e minimizar o impacto da forte estiagem prevista este ano.

O governador ressaltou que os planejamentos para minimizar os impactos continuam para que as dragagens deixem os rios navegáveis, que o governo consiga garantir que os alimentos e água potável cheguem nos municípios e que os bombeiros consigam acessar áreas de maior ocorrência.

“Nós estamos preparando nossa tropa, por isso nós vamos enviar ainda esse mês, mais 60 homens para aquela região do sul do Amazonas, onde há uma pressão maior para a abertura de novas áreas, da mesma forma que o Governo Federal está enviando 60 homens para o estado do Amazonas e também se encaminharão para essa região”, disse Wilson Lima.

Sobre o contingente de bombeiros estar abaixo do esperado, Lima informou que está realizando parcerias com os municípios para treinar brigadistas, após os prefeitos assinarem um Termo de Cooperação em 2023 e que dessa forma, os incêndios poderão ser controlados por equipes locais.

LOGÍSTICA

O vice-presidente do Parlamento Amazônico na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado Sinésio Campos (PT), cobrou um planejamento urbano com menos trânsito para facilitar o deslocamento do Corpo de Bombeiros e que dará suporte à instituição.

“Sempre destino emendas para o Corpo de Bombeiros e em especial para o Bombeiro Mirim, que no início, quando percebemos a importância do bombeiro-mirim, desde o primeiro momento em que foi criado aqui no Amazonas, eu estive presente dando todo suporte, porque entendo que a criança aprende muito bem a lidar com fogo, lidar com situações de afogamentos e a questão ambiental”, disse o deputado.

Para o geógrafo e ambientalista Carlos Durigan, as medidas propostas são um passo essencial para evitar o agravamento das queimadas durante a estiagem.

“Entendo como de grande importância este processo de preparação para enfrentamento de queimadas nas áreas de maior risco e já mostra resultados interessantes desde o ano passado, colocando a gestão pública em todos os seus níveis, federal, estadual e municipais, a atuarem de forma conjunta e articulada”, analisou o especialista.

Durigan ressaltou que para reduzir os números é preciso medidas além do técnico e ter mecanismos educativos.

“Além da preparação para melhorar a capacidade de enfrentamento de queimadas, será importante ainda investir em ações preventivas de conscientização e sensibilização da população e mesmo o estabelecimento de uma agenda voltada à erradicação de desmatamentos e queimadas ilegais”, disse o ambientalista.

Questionado sobre medidas educativas, o comandante geral do CBMAM, Alexandre Gama, informou que as campanhas informativas iniciam em junho, com campanhas na mídia e também nos municípios de maior incidência, como o arco do fogo, no sul do Amazonas.