A Prefeitura de Manicoré, administrada por Lúcio Flávio do Rosário, firmou contrato superior a R$ 10 milhões com a empresa Plastiflex Empreendimentos da Amazônia LTDA para a realização de serviços de engenharia no município. O acordo, que tem vigência de um ano, prevê obras de recapeamento asfáltico, tapa-buracos e manutenção de ruas, com fornecimento de material, transporte e mão de obra.
O contrato foi celebrado após o encerramento do Pregão Eletrônico nº 012A/2025, no qual a Plastiflex apresentou a proposta de menor preço, totalizando R$ 10.000.489,90. A adjudicação foi formalizada no dia 28 de abril de 2025, pelo agente de contratação municipal Augusto Vieira do Nascimento, e encaminhada para homologação pelo prefeito.
Fundada em setembro de 1996, a Plastiflex possui sede no bairro Parque Dez de Novembro, Zona Centro-Sul de Manaus, e é administrada pelos sócios Aydamo Célio Silva Bizerra Campos e Allan Sérgio Silva Bizerra Campos. A empresa está registrada sob o CNPJ nº 01.426.987/0001-73, com capital social de R$ 2,8 milhões.
Investigações
Apesar de ter vencido a licitação, a Plastiflex acumula um histórico de investigações por supostas irregularidades em contratos públicos. Em 2021, a empresa foi citada em uma notícia de fato instaurada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), relacionada à contratação para concluir as obras do Centro de Convivência da Família de Manicoré.
Segundo o promotor de Justiça Vinícius Ribeiro, a mesma empresa já havia sido contratada anteriormente, em 2015, para executar e finalizar a mesma obra, mas não a concluiu, o que motivou uma nova licitação em 2021. “No Portal da Transparência foi possível encontrar apenas o edital de licitação de 2015”, informou o promotor, ao destacar a falta de clareza sobre os contratos. O procedimento pode resultar em inquérito civil, investigação criminal ou processo administrativo.
Outro episódio envolvendo a Plastiflex diz respeito a um contrato firmado com a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), na gestão da ex-secretária Waldivia Alencar. Na ocasião, a empresa foi contratada para obras de infraestrutura no município de Novo Aripuanã, conforme o contrato nº 042/2009.
Auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) apontou que apenas 46,03% das obras previstas foram executadas. De acordo com o laudo técnico conclusivo, os serviços realizados ficaram aquém do contratado, resultando em um prejuízo de mais de R$ 4 milhões aos cofres públicos. O relatório indicou que 1.752,50 metros lineares de vias não foram concluídos, correspondendo a uma inexecução de 53,97% do objeto do contrato, cujo valor final, após aditivos, ultrapassou R$ 7,4 milhões.
Mesmo com esse histórico, a Plastiflex segue apta a participar de processos licitatórios e foi a escolhida para executar as novas obras de manutenção das vias públicas de Manicoré.