Os dois famosos realizaram movimentações financeiras com investigados no inquérito que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro
O cantor Gusttavo Lima e a advogada e influenciadora Deolane Bezerra apresentam, de acordo com a Polícia Civil de Pernambuco (PC-PE), ligações com nomes centrais do inquérito da Operação Integration. A investigação apura suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado a empresas de apostas ilegais. Além disso, há semelhanças nas movimentações financeiras de ambos.
Gusttavo Lima e Deolane Bezerra fizeram transações financeiras com uma empresa em comum que é investigada. No inquérito, consta que a Balada Eventos de Produções LTDA, de propriedade do cantor, recebeu R$ 8 milhões da HSF Entretenimento, pertencente a Darwin Henrique da Silva Filho. O valor seria referente à aquisição de um avião Cessna 560 XLS, com capacidade para nove ocupantes.
A HSF Entretenimento é a mesma empresa que vendeu a Lamborghini de R$ 4 milhões para a Bezerra Publicidade, que tem 98% do controle em nome de Deolane Bezerra. A influencer recebia valores da Esportes da Sorte, outra organização financeira pertencente a Darwin Filho.
A HSF Entretenimento e Promoção também tem outra movimentação ligada indiretamente a Gusttavo Lima. No inquérito, consta que a empresa J.M.J Participações LTDA, que pertence a José André da Rocha Neto em sociedade com Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, adquiriu um helicóptero da HSF.
O casal José André e Aislla foi transportado, conforme as apurações da Polícia Civil de Pernambuco, por Gusttavo Lima, em um avião dele, para a Grécia. Após ter mandado de prisão expedido pela Justiça, o casal não retornou ao Brasil. A situação foi entendida como uma colaboração do artista para a fuga dos dois da ordem de prisão. A situação originou um mandado de prisão preventiva contra Gusttavo Lima.
Darwin Filho também tem relação com a mãe de Deolane, Solange Bezerra. Esta última fez pagamentos e recebeu recursos financeiros da Pay Brokers, que tem como sócio o dono da Esportes da Sorte. No inquérito, a Pay Brokers é apontada como um meio para lavagem de dinheiro da HSF Entretenimento, a mesma que pagou R$ 8 milhões à empresa do cantor.
“Como demonstramos, a HSF Entretenimento lava dinheiro dos seus jogos ilegais com as empresas Pix 365, Zelu Brasil e Pay Brookers”, consta no inquérito.
As semelhanças entre os atos de Deolane e Gusttavo Lima se tornaram ainda mais claras quando a defesa do cantor expôs que a tentativa de revogar o mandado de prisão dele será inspirada no caso da influencer.
“Solicitamos a reconsideração da decisão do Tribunal de Justiça em favor dos dois donos da Vai de Bet e despachamos o pedido em Recife”, explicou o advogado Nelson Wilians.
A Justiça determinou, na segunda-feira (23/9), a soltura de Deolane e de outros alvos do inquérito sobre lavagem de dinheiro. A ordem partiu do desembargador Eduardo Guilliod. Apesar da liberação do cárcere, eles deverão obedecer a uma série de medidas cautelares.
Transações suspeitas
O Metrópoles mostrou na segunda que há movimentações suspeitas entre empresas de Gusttavo Lima e a suposta rede de lavagem de dinheiro. O mesmo padrão das transações, entendeu a Justiça, aparece nas contas de Deolane
A Polícia Civil cita movimentações consideradas suspeitas entre empresas investigadas e empresas do cantor sertanejo. Há o registro de uma transação na qual há um pagamento de R$ 5,7 milhões para a GSA, de Gusttavo Lima. O valor foi repassado pela empresa PIX 365, que representa a Vai de Bet, por meio da facilitadora de pagamentos Zelu Brasil.
“Caso idêntico fora constatado e informado no relatório entre a investigada Deolane e a Esportes da Sorte, por meio da Pay Brokers”, escreveu a juíza Andrea Calado ao determinar a prisão de Gusttavo Lima.
A defesa de Gusttavo Lima, que considera injusta a ordem da Justiça, tenta reverter o mandado de prisão. No entanto, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), nenhuma decisão referente a essa situação deve ser tomada nesta terça-feira (24/9), pois serão apreciados apenas casos que já estão na pauta dos trabalhos, de acordo com nota do TJ-PE publicada em seu site.
Fonte: METRÓPOLES*